Terça-feira, novembro 26

9 Mitos sobre o vinho

“Quanto mais velho melhor”, “os mais caros são os melhores”, “o vinho branco é elaborado a partir de uvas brancas”. Estas são frases feitas que ouvimos tantas vezes relativamente ao vinho.

Todas elas são mitos e como tal não correspondem à verdade. Abaixo encontrará resposta a alguns destes mesmos mitos.

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1 – O vinho, quanto mais velho melhor!

Uma das frases mais ouvidas de portugueses e não portugueses. Quase todos estão convictos que esta afirmação é verdadeira! Infelizmente, são poucos os vinhos que sabem envelhecer bem e ainda mais raros os que chegam a envelhecer com saúde.

A quase totalidade dos vinhos mundiais, rosés, brancos, tintos e espumantes, é feita para ser consumida num curto prazo de tempo.

Em geral os rosados tem um período de vida útil de um ano, os brancos de dois anos, ao passo que nos tintos esse prazo estende-se para um máximo de quatro ou cinco anos.

Além disso, sabendo que as condições de guarda dos vinhos são raramente razoáveis, não espere demasiado tempo para abrir as suas garrafas.

Os poucos vinhos pensados para durar anos ou mesmo décadas, são vinhos extraordinários… e geralmente muito caros.

2 – Um vinho “Reserva” é melhor do que um vinho “normal”

As palavras “Reserva”, “Colheita Selecionada” ou “Garrafeira” são um garante de qualidade!

Infelizmente, a realidade não confirma esta presunção. De facto, este tipo de adjetivação não tem qualquer relacionamento direto com a qualidade de um vinho.

Os designativos “Garrafeira” e “Reserva” são normativos legais que em cada zona estabelecem o período mínimo de estágio em barricas e, mais tarde, em garrafa.

Não descrevem mais nada e não existe qualquer ligação com a qualidade autêntica do vinho.

Indicações como “Seleção Especial”, “Colheita dos Sócios”, “Reserva Pessoal”, “Colheita Selecionada” ou outras indicações, são decisões de “marketing” sem qualquer correlação com a qualidade do vinho.

Muitos vinhos triviais e de fraca qualidade ostentam estas palavras nos rótulos, paralelamente alguns dos melhores vinhos nacionais não lhe fazem referência.

3 – Um vinho “DO” (antes denominado “DOC”) é sempre melhor do que um vinho “Regional”

Para que um vinho tenha o direito de ostentar o nome de uma Denominação de Origem terá de cumprir regras claras, designadamente quanto ao uso das castas permitidas e recomendadas para essa mesma “DO”.

Tendo como exemplo um produtor que recorra a castas não contempladas para essa mesma região, mesmo que melhores, ficará impedido de usar o nome da “DO”.

Algumas designações de origem mais jovens, com menos historial, por vezes criadas precipitadamente, nem sempre fizeram apostas racionais na escolha das castas recomendadas.

Como tal, muitos produtores sentem-se incomodados ao utilizar castas não recomendadas, castas que consideram ser mais adequadas às suas necessidades.

É esta a explicação para que alguns dos melhores vinhos portugueses sejam vinhos regionais.

4 – O vinho de mesa não presta

De um modo geral, o vinho de mesa é efetivamente de fraca qualidade e não merece demasiadas considerações.

Existem, no entanto, raras exceções, e em alguns casos o vinho de mesa é a única solução para alguns produtores.

Por exemplo, a legislação portuguesa não autoriza a mistura de vinhos provenientes de duas regiões diferentes. Suponha que existia (e existe) um vinho que junta uvas do Douro e do Dão.

Isto seria ilegal face à lei atual, a não ser que fosse vendido debaixo do chapéu-de-chuva de vinho de mesa.

É esse o caso de um ou outro vinho português superior. Ou imagine que um vinho não seria capaz de atingir a graduação mínima para poder ser avaliado Regional ou DOC.

5 – Os vinhos mais caros são os melhores

Com certeza que não e os exemplos a provar o contrário são frequentes. Num mercado livre, o preço dos vinhos é fixado para lá dos custos de produção mas também pela sua escassez, pelo fator moda, pela aposta em boas campanhas de promoção, etc.

Contudo é verdade que os melhores vinhos são de um modo geral mais dispendiosos na elaboração.

Melhores barricas, melhores rolhas, menores produções e melhores equipamentos implicam custos acrescidos.

Mas mesmo estes custos acrescidos não garantem, de forma alguma, que o produto final seja melhor ou ao menos bom…

6 – O vinho branco não chega a envelhecer e deve ser bebido o mais depressa possível

São muito poucos os vinhos feitos para envelhecer e ainda menos os vinhos brancos que têm capacidade para envelhecer.

Por outro lado, há exemplos concretos de vinhos brancos que envelhecem de uma maneira surpreendente.

Os vinhos da casta Alvarinho, de Melgaço e Monção, e os vinhos da casta Encruzado, no Dão, são os melhores exemplos portugueses.

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